Liberdade
Fig. 1
Existe liberdade na forma pura?
O quanto ruidosa é a sua liberdade? O quanto custa para você?
A sua liberdade é movida por qual sentimento?
Estamos expostos todos os dias a conteúdos que nos promete a liberdade em suas mais variadas formas. Para muitos pensadores, a liberdade está calcada em princípios que organizam uma condição mínima do ato livre possível. Nota-se em alguns pensamentos filosóficos um ajustamento entre | liberdade e Meio |:
“... age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.”
Descartes, René
“... ser livre é ser autônomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Todos entendem, mas nenhum homem sabe explicar.”
Kant, Immanuel
Se considerarmos estes posicionamentos, a figuração do conceito “liberdade” seria:
Esclarecimento
Liberdade
Autonomia Vontade
Fig. 2
Será um ato livre, o homem depender de um meio ou condição para atingir ou contemplar a liberdade?
O ato de ligar a televisão para assistir algo, mesmo que por vontade própria, não assegura a liberdade de fazê-lo. A vontade em si, está ligada a um sistema que o sugere a vontade de ligar a TV para assistir um determinado programa. Sendo assim, será mesmo o homem livre, aquele que desfruta de autonomia, vontade ou esclarecimento?
Da mesma forma, o homem pode ser livre sem depender do meio?
Para Schopenhauer e Sartre, a liberdade é a fantasia da causa da ação humana estritamente vinculada à vontade:
“... O homem, objeto entre objetos, coisa entre coisas, não possui liberdade de ação porque não é livre para deliberar sobre sua vontade. O homem não escolhe o que deseja, o que quer. Logo, não é livre - é absolutamente determinado a agir segundo sua vontade particular, objetivação da vontade metafísica por trás de todos os eventos naturais. O que parece deliberação é uma ilusão ocasionada pela mera consciência sobre os próprios desejos.”
Schopenhauer, Arthur
Liberdade | Ação | Meio
Fig. 3
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Pode ser um homem livre aquele que vive em sociedade?
Proponho esta reflexão, por achar necessário abrir os olhos diante as seduções das (i)realidades a que estamos expostos diariamente. O homem trabalha e produz coisas, para que, estas coisas os sustentem e os façam mais felizes e assim mais libertos. Penso que as coisas preciosas para a sustentação da vida humana já nascem antes de existirmos ao mundo, não sendo possível de serem adquiridas por meios materiais. Nenhuma moeda de troca tem valor diante a própria vida e a de seus semelhantes. Ao fazer um seguro de vida ou pagar um bom plano de saúde, compramos algo que nos fará pensar que estamos seguros de imprevistos. Contudo, o homem confirma a instabilidade diante a própria vida e passa a cada ato, a ser mais objeto do meio (sistema).
A razão não está em não se adquirir coisas ou de não participar de uma sociedade, mas sim, se permitir existir plenamente em direção ao real. Penso que a liberdade não pertence a este mundo, porem, nós humanos participamos de um mundo que nos força a entendê-lo de maneira coletiva – um exemplo disso, é a crescente forma de interação por redes de relacionamento ou mesmo a internet. Estamos a cada dia mais presos ao mundo e suas regras, caminhando severamente para um cenário de dor. Ao comprar um bem, o homem, por vezes, se apodera da ambição, do orgulho e participa de forma egoísta no seu cotidiano. Há agora um paradigma entre a expansão das redes de relacionamento virtual, e o consumo de artefatos de segurança em nossas casas, em virtude do medo coletivo urbano.
Creio que só o fato de se fazer necessário organizar este texto, não me faz mais livre. À vontade me leva a escrever, e só isso já me compromete.
Viva precisando do mínimo, e se esforce para isso – não quero propor soluções, afinal estamos refletindo. Pense sobre as questões levantadas no inicio do artigo e na (fig. 1).
Obrigado
Plínio Paludetto
Quando um ato de liberdade é expresso quase sempre é visto como estranho, justamente porque o homem está induzido a agir e pensar de uma mesma maneira. As explicações são diversas mas o PREconceito com as ações que parecem ser "naturais" de um indivíduo sem dúvidas é um freio a toda liberdade da vida.
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