Senhores,
Senhoritas e Senhoras... Acabo de ler um depoimento de uma ex-colega de
trabalho sobre a relação das pessoas envolvidas no processo da educação
musical.
Quero
aqui expressar algumas perguntas que me saltam a mente e fazer mover o
pensamento sobre o CUIDADO que devemos ter ao se dedicar no propósito da
educação.
Para
educadores e profissionais envolvidos.
1.
Estamos preparados para lidar com as mais diversas relações e temperamentos
humanos?
2.
Qual é o tocante da educação musical? Teoria e técnica? Ou saber humanizar e
descobrir o que a pratica tem de reveladora?
3.
Educação musical e musica é um reduto? Podemos compartimentá-la? Reduzir a
ponto de institucionalizar o imaterial?
4.
Estamos a serviço da educação? Ou apenas nos voltamos aos interesses cotidianos
e pessoais, exercendo desta forma um desfavor ruidoso e totalmente destruidor
para este fim?
Revelo
aqui um profundo sentimento sobre a educação e sinto-me mais útil e leve a
pensar nos meus propósitos como educador e de certa forma como ser humano na
busca da edificação espiritual. Sei que é desafiador o processo e o estudo que
envolve a pratica e o ensino da música, porem, a cada dia que passa, o que
compete aos valores humanos e as relações que isso gera, tem se tornado a minha
principal preocupação. Quero descobrir em que as pessoas confiam a pratica
musical, e qual valor pratico que ocorre em nosso tempo – o agora, o hoje.
Dentro do prisma cultural de nossa sociedade, o que estamos procurando? Será
mesmo a música, ou estamos em processo de resgate e purificação dos valores
humanos. Todas as sociedades passaram ou passam por tempos em que a cultura
entra em declínio, para se instaurar novos padrões e parâmetros existenciais
que normatizam os novos estreitamentos das relações humanas.
Creio
que esta discussão seja necessária aos vários redutos em que se pretende
ensinar música – se isso é possível. Diante os vários acontecimentos que pude
vivenciar como professor, a aula de música no Brasil está longe de ser algo
confortador – precisamos estudar mais sobre o assunto e sobre o que realmente
importa numa aula como essa. Pensar sobre uma pedagogia que se aproxime do
aprimoramento do pensamento musical - ou você pensa que só você sabe sobre
música! Essa desconfiança é nociva à aula de música e inviabiliza as construções
possíveis e necessárias ao pensamento musical que é presente em todos. As questões
burocráticas ligadas à gestão desses redutos devem ser reduzir somente a logística
para não interferir nos processos das atividades da aula de musica e dos
professores que lá estão a desenvolvê-las. A EDUCAÇÃO NÃO PODE SER TRATADA COMO
UMA EMPRESA, ISSO É UM ERRO PRIMARIO E DEVE SER EVITADO. Não podemos confundir os processos e as acomodações
ligadas à sala de aula, com o ímpeto da gestão em querer promover algo “a toque
de caixa”, industrial – pessoas são pessoas, e isso deve ser respeitado acima
de qualquer planejamento. Educar é sublime.
Qual é a sua substância, do que você é feito,
para que milhares de sombras estranhas recaiam sobre você?
WILLIAM SHAKESPEARE
Sonnet 53
Obrigado,
pliniopaludetto
www.movimenttomusica.blogspot.com
Foto: Plínio Paludetto.
para que milhares de sombras estranhas recaiam sobre você?
WILLIAM SHAKESPEARE
Sonnet 53
Obrigado,
pliniopaludetto
www.movimenttomusica.blogspot.com
Foto: Plínio Paludetto.
Bom dia Plínio! Gostei da postagem. As primeiras questões são muito importantes... o verdadeiro educador deve se preocupar em respondê-las a todo momento que pratica o educar. Ouso dizer que mesmo antes e depois de entrar em uma sala de aula o professor deve responder a essas perguntas.
ResponderExcluirSabe o que vejo por aqui? Pessoas que tratam os alunos como códigos de barras, como sinônimo de dinheiro, apenas mais um número em suas vidas pacatas baseadas apenas no EU. Professores mal capacitados, mal preparados para as suas funções. O Brasil faz jus a sua posição de terceiro mundo em muitas questões....me decepciono quando vejo situações citadas a cima acontecerem.
Alunos não é robô, não é fonte de dinheiro... é gente. Respeitar as capacidades de cada um e o tempo de aprendizado. Vejo alunos sendo desrespeitados em seu tempo de aprendizado e sendo taxados como alunos ruins. Ruim é o educador que não enxerga o seu aluno. Ruim é a despreocupação dos profissionais em estar melhorando as suas aulas, na falta da busca por conhecimento, na falta de preocupação com aquele que está a sua frente a espera de conhecimento e às vezes não o encontra, pois aquele que ali está para auxilia-lo no caminho não está apto para a função.
Para mim educador é sinônimo de orientador, direcionador. Estamos aqui para direcionar, orientar nos alunos para o melhor caminho a ser seguido, percorrido.
Desculpe-me pelas duras palavras. Mas são palavras que faz tempo que desejo dizer e julgo serem dignas de serem lidas por algumas pessoas de convivência diária.
Obrigada,
Cláudia